Cenário embolado em Carpina

Dentre as cidades periféricas do G20, grupo dos 20 maiores municípios de Pernambuco, talvez a que mais cause reboliço nos noticiários é Carpina. Basta que um opositor ao prefeito Botafogo(PDT) se pronuncie para que o gestor corra às redes sociais e responda de maneira incisiva. Embora desgastado, o prefeito é conhecido por ser um verdadeiro trator em época de campanha e seu profissionalismo eleitoral pode ser decisivo caso o cenário na cidade para 2020 seja muito fragmentado. Nas últimas semanas, houve uma aproximação entre ele e seu vice-prefeito, Marcelo Pascoal (SD), que era do grupo dos irmãos Marcelo (PSD) e Gustavo Gouveia (DEM). O xadrez começa quando também há uma grande aproximação entre o grupo dos Gouveia e o ex-prefeito Joaquim Lapa (PTB).

Joaquim foi derrotado por Botafogo em 2016 com uma diferença de apenas 4.362 votos e deve ser candidato novamente em 2020, agora com apoio do robusto grupo paudalhense. O deputado estadual apoiado pelo ex-prefeito no ano passado, Diogo Prado (PSC), também é pré-candidato a prefeito no município, mas tem procurado se distanciar de Joaquim e circular sozinho para alavancar a própria candidatura. Diogo obteve 7.924 votos em 2018, quase 4 mil votos à frente de Vinícius Labanca (PP), candidato do prefeito Botafogo. De posse da caneta do executivo, Manoel Botafogo tem se aproximado de Eriberto Medeiros (PP), Presidente da Alepe, e deve ser o candidato do governo do estado para os carpinenses, mesmo após algumas críticas ao tratamento que os socialistas têm dispensado a ele.

Já Joaquim deve reunir uma parte da oposição e construir sua candidatura dentre os insatisfeitos com a gestão iniciada em 2017, também representando o histórico grupo Lapa, muito presente na política da região há décadas. Correndo por fora, Diogo corre o risco de dividir a oposição, mas também de construir uma alternativa nova para aqueles eleitores que já não seguem alternativas tradicionais. Há um ano para 2020, mas o cenário de Carpina segue tão embolado quanto um novelo de lã. Quem sairá vitorioso da corrida eleitoral na cidade?

Candidato – O ex-vereador de Caruaru, Diogo Cantarelli, deve ser candidato a prefeito na cidade de Itacuruba, no Sertão de Pernambuco. Cantarelli já tem circulado no município e sentido de perto a densidade de seu nome. Ele foi bem votado na cidade na eleição de deputado estadual em 2014, quando ficou na suplência de uma vaga na Assembleia Legislativa, obtendo mais de 13 mil votos, destes com boa parte sendo em Itacuruba, onde foi majoritário. A base da sua pré-campanha é a aposta neste recall. Ele também foi vereador por dois mandatos em Caruaru, candidato à vice-prefeito de Caruaru em 2012 e apoiou a prefeita Raquel Lyra em 2016.

Progressistas – Por falar na cidade de Limoeiro, o presidente estadual da legenda, deputado Eduardo da Fonte bateu o martelo e disse que o PP ficará sobre a batuta do ex-vereador e pré-candidato a prefeito Zé Nilton. A decisão faz parte da estratégia do PP de lançar candidaturas majoritárias em todo o estado de Pernambuco para eleger 80 prefeitos em 2020.

Surdina – Sem fazer barulho, o deputado João Paulo (PCdoB) transferiu seu domicílio eleitoral do Recife para Olinda. João Paulo é o coringa dos comunistas para o pleito de 2020 na cidade. Caso o deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB) não deseje disputar novamente. O Blog Ponto de Vista já noticiou desde janeiro a possibilidade da candidatura de João em Oinda.

Comemorando – O deputado federal Ricardo Teobaldo (PODEMOS) está comemorando. Nesta quarta-feira, por decisão unânime, o Tribunal Superior Eleitoral autorizou o processo de incorporação do Partido Humanista da Solidariedade (PHS) ao Podemos. Assim, o partido se robustece em Pernambuco com a adesão dos membros do PHS.

Escrito por Marcelo Velez