Eduardo e o compromisso com a Saúde – Por Ildefonso Fonseca

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Em tempos nebulosos na política nacional agravados por uma pandemia que está dizimando milhares de vidas em nosso País, está sendo relevante o Sistema Único de Saúde (SUS), criado pela Constituição Federal de 1988, cuidando da população desde a atenção básica até os casos mais complexos da Medicina. Em Pernambuco, o governador Miguel Arraes instituiu, em março de 1987 (um ano antes da Carta, portanto), o direito à Saúde universal e gratuita. Na época o secretário estadual de Saúde era o médico Cyro de Andrade Lima. Na chefia de gabinete de doutor Arraes estava Eduardo Campos, seu neto. Começava ali a trajetória vitoriosa de um jovem que um dia aspirou governar o nosso Brasil.

Vinte anos depois, Eduardo Campos foi eleito o 55º governador de Pernambuco. Antes, foi deputado estadual, secretário de Estado, deputado federal, presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB), ministro no governo Lula. Aprendeu com Arraes os caminhos da política, buscando sempre diminuir as desigualdades e fazendo justiça social. Seu avô cuidou da atenção básica levando água e energia para aqueles que nunca haviam tido acesso a esses bens. Não se pode pensar em Saúde sem ter água tratada. Ao assumir o governo do seu Estado por dois mandatos, Eduardo passou a cumprir seu compromisso de campanha: construir três grandes hospitais de alta complexidade e reformar os que já existiam. E assim foi feito.

O Hospital Miguel Arraes, em Paulista, inaugurado em 15 de dezembro de 2009 foi o primeiro grande hospital de trauma construído na Região Metropolitana do Recife oferecendo serviços de emergência 24 horas em traumato-ortopedia, clínica médica e cirurgia geral. No ano seguinte, no dia primeiro de julho, era inaugurado o Hospital Dom Helder, no Cabo de Santo Agostinho, com serviços de clínica médica, cardiologia clínica e cirúrgica e traumato-ortopedia. Um ano depois, em ‪8 de dezembro‬, era entregue o Hospital Pelópidas Silveira, na Zona Oeste do Recife, o primeiro do SUS a oferecer assistência médica nas especialidades de neurologia, neurocirurgia e cardiologia. Além dos três hospitais, Eduardo construiu diversas UPAS em todo o Estado, que passaram a integrar a rede estadual de urgência e emergência, ajudando a desafogar e dar suporte às grandes emergências com um atendimento rápido, de qualidade e humanizado.
Eduardo Campos não deixou de lado as unidades de saúde existentes. O Hospital da Restauração (HR) é um caso à parte. Maior emergência do Norte e Nordeste, o HR, inaugurado em 1969, era sempre alvo de críticas pela falta de estrutura e pacientes sendo atendidos nos corredores da emergência do trauma. Em 2012, foi iniciada a maior reforma na sua emergência em parceria com o governo federal. Hoje, o hospital tem 833 leitos, equipamentos de última geração e é referência nas áreas de trauma, neurologia, neurocirurgia, cirurgia bucomaxilofacial, cirurgia geral, clínica médica e ortopedia. São mais de três mil funcionários dedicados 24 horas por dia, todos os dias da semana na missão de salvar vidas.

Construir e reformar hospitais é uma coisa; mantê-los funcionando é um grande desafio. Eduardo encarou esse desafio. Em vários momentos ele visitava os hospitais, os novos e os antigos. Lembro que, no Dom Helder, em conversa com funcionários, ele pedia, com muita simplicidade, que eles cuidassem bem do hospital: “Cuidem com muito carinho para que a gente possa atender sempre bem o nosso povo”, dizia.

Ele acompanhou de perto a reforma do HR. Na inauguração da nova emergência, cercado por funcionários, ele disse que o Hospital da Restauração era a sua unidade de saúde prioritária. “Vou fazer tudo para que não falte nada no HR”. Seu carinho e simpatia conquistavam os funcionários. Depois de suas visitas ouvia elogios a sua postura de respeito às pessoas. E foi assim por onde passou.

Sinto-me gratificado por ter tido a oportunidade de poder acompanhar de perto a trajetória de Eduardo Campos. Agradeço aos amigos Ítalo Rocha e Jodeval Duarte que me fizeram o convite para trabalhar no Serviço de Imprensa de Pernambuco no segundo governo de doutor Arraes. Mais de uma década depois, o então secretário de Saúde, Antônio Carlos Figueira, me deu a honra de responder pela assessoria de Comunicação do Hospital Dom Helder em 2010. De lá fui para a assessoria de Comunicação do Hospital da Restauração, onde estou há dez anos.

Ao longo da minha vida aprendi que os bons políticos ficam sempre guardados com carinho em nossos corações quando fazem o bem para os menos favorecidos. Sempre foi assim com Eduardo Campos, que nesta ‪segunda-feira, 10 de agosto‬, completaria 55 anos. Eduardo Campos deixou um legado que será perpetuado por todos aqueles que desejam um país mais justo e fraterno. Apesar do hoje, “não vamos desistir do Brasil”. Obrigado, Eduardo!!!

Ildefonso Fonseca – Jornalista

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