Governadora disse que vai seguir buscando aprovar projetos do Executivo, mesmo com cenário adverso nos principais colegiados – Imgem/arquivo
Após ver deputados opositores serem eleitos presidentes das três principais comissões da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a governadora Raquel Lyra (PSDB) admitiu, nesta segunda-feira (17), a legitimidade dessas escolhas e disse que são “decisão da Casa” tomada “com muita serenidade”. O reconhecimento da derrota de sua base parlamentar no Poder Legislativo vai em sentido oposto ao tom bélico adotado pela líder do Governo na Alepe, deputada Socorro Pimentel (União Brasil), que tem questionado as eleições dos colegiados à revelia de orientações regimentais que ampararam o processo.
“A eleição [das comissões] na Alepe é uma decisão da Casa, com muita serenidade. É a gente tocar os projetos sem desviar o foco do nosso trabalho“, disse, acrescentando que buscará dialogar com as novas composições dos colegiados da Alepe, em mais uma demonstração de que já precificou os resultados adversos. “Conseguimos aprovar todos os projetos de lei que encaminhamos à Assembleia Legislativa até o dia de hoje, nos dois primeiros anos de nosso mandato, e tenho a certeza de que a partir do diálogo, do trabalho, a gente vai conseguir seguir assim”, declarou.
No último sábado (15), o deputado Coronel Alberto Feitosa (PL) foi eleito presidente da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça, a principal da Casa, tendo Edson Vieira (União Brasil) como vice-presidente. Na Comissão de Finanças, Orçamento e Tributação, os eleitos foram Antonio Coelho (União Brasil), na presidência, e Diogo Moraes (PSB), na vice-presidência. Já a Comissão de Administração Pública terá Waldemar Borges (PSB) como presidente e Antonio Coelho como vice. Todos fazem oposição à governadora Raquel Lyra.
Apesar de dois membros de seu partido terem sido eleitos para encabeçar as comissões, a líder do Governo na Alepe, deputada Socorro Pimentel, disse, nesta segunda-feira, ter sofrido violência política de gênero ao ver sua influência sobre as indicações nos colegiados se tornar nula por decisão da maioria da bancada. A resignação demonstrada pela governadora, porém, já vem norteando as falas de outros aliados, como o deputado Antônio Moraes (PP), considerado o líder informal da gestão tucana no Legislativo estadual. Em entrevista a uma rádio local, ele reconheceu que “faltou articulação política” do Governo Raquel Lyra nesse e em outros processos internos na Alepe, como na eleição dos membros da Mesa Diretora da Casa, que também acabou com maioria de deputados das bancadas de oposição e independente.
