O que Lula veio fazer em Pernambuco?

O que Lula veio fazer em Pernambuco?

Sei que meus amigos, simpatizantes de esquerda ficarão chateados e até se colocarão rapidamente contra as minhas palavras aqui escritas, mas é algo que quero respostas, se eles me responderem ficarei grato: O que Lula veio fazer em Pernambuco? Sei que se trata de um processo de pré-campanha vestida de manifestações populares, sindicatos e movimentos sociais são responsáveis por encherem ruas e avenidas, por recepcionar Lula e sua comitiva nas cidades que ele passou. Assim, essa força dos movimentos sociais vermelhos em pôr pessoas nas ruas e avenidas seria apenas uma ação de medir forças e constatar o poder que Lula exerce no Nordeste? E confirmar o que as pesquisas já nos mostram? De fato, sei que no Nordeste Lula é uma unanimidade, e que também, ele foi o presidente que mais fez por essa região do Brasil, saímos de uma classificação marginal e migramos para uma classificação industrial e geradora de empregos. Porém, isto não coloca Lula no panteão dos deuses gregos. A saber, a religiosidade grega não fazia distinção entre deuses bons e ruins, essa linha entre bem e mal era muito tênue, não seria possível classificar os deuses gregos com tamanha precisão. Será que Lula pretende se tornar uma espécie de deus grego à brasileira? O que prejudica uma reflexão clara da visita de Lula a Pernambuco é o sentimento presente que se instalou no Brasil, política tem sido tratada por vias passionais e pouco racionais, fugimos de debates onde seja analisado o projeto político como um todo, e preferimos ficar como torcedores irracionais gritando por nossos times, com gritos fortes de amor à camisa, se resume nisto a maioria das análises políticas. Lembro, Lula não é Deus! Não pode chegar aqui em Pernambuco, desfazendo todo um contexto político de oposição, construindo alianças e ignorando a realidade local; acreditando que, como “deus” da esquerda brasileira, pode fazer e desfazer sem consultar as bases. Não se justifica uma aliança com o PSB apenas para garantir mais votos e ampliar as prefeituras que apoiarão em 2018. O mesmo PSB que a um ano atrás era, também, chamado de golpista, por ter apoiado a queda de Dilma, agora pode ser um possível aliado? A incoerência marcou a visita de Lula a Pernambuco, os militantes ficaram perplexos sem entenderem, outros continuaram sem entender nada – já que nunca entendem, falo especificamente, dos militantes self’s, que é aquela figura que não compreender o verdadeiro sentido de uma militância aguerrida com conquistas sociais, que apenas serve aos movimentos sociais para conglomerar mais pessoas, eles formam a militância irracional da esquerda brasileira. Sim, e juntos com os militantes self’s ficamos bestializados com a visita de Lula as lideranças do PSB. Outro fato que, junto com a possível aliança pessebista em Pernambuco e a marginalização de Marília Arraes, que saiu excluída deste processo de disputa em 2018, foi o acontecimento em terras alagoanas. Um palanque com Lula, Renan e Renanzinho foi demais. Não teria outras figuras para subirem num palanque com Lula? Descordo do meu amigo Dr. Wagner Geminiano, isso não é construir pontes, isso é se sentir deus, e acreditar na irracionalidade dos eleitores e militância aguerrida representada pelos movimentos sociais. Lula construiu uma pinguela frágil, aliança com nosmes do PSB Pernambucano e PMDB Alagoano é um risco, é brincar de todo poderoso, e se colocar ao risco de provar do mesmo veneno duas vezes. O PSB não pertence mais à esquerda, já faz tempo que sua política se baseia no fisiologismo tradicional brasileiro. Namorar e casar com o PSB Pernambucano, é correr o risco de ser traído mais uma vez. Lula não pode ser um mito, isso não é bom para o entendimento de política de forma mais complexa. Ele como corporificação de um mito, se abstém de críticas, melhorias e correções, afinal, ele já é um mito. Um Lula mito não acrescerá muita coisa em debates políticos. Votaremos nele apenas por ser um mito ou votaremos por ter ele a melhor proposta para o Brasil? A racionalidade tem que voltar as discussões políticas brasileira, não podemos pensar em política de maneira passional e inflar o ego de políticos, no caso de Lula. Lula foi o melhor presidente, tanto para ricos como para os pobres, deu ressonância ao Brasil no exterior, nos deu independência com relação a soberania nacional, mas isso não lhe faz dele um deus.  Por Bruno Oliveira - Mestre em História pela UFPE e colunista semanal do Blog Ponto de Vista Leia também: http://blogpontodevista.com/coluna-ponto-a-ponto-2708-lula-por-2018/

Sei que meus amigos, simpatizantes de esquerda ficarão chateados e até se colocarão rapidamente contra as minhas palavras aqui escritas, mas é algo que quero respostas, se eles me responderem ficarei grato: O que Lula veio fazer em Pernambuco? Sei que se trata de um processo de pré-campanha vestida de manifestações populares, sindicatos e movimentos sociais são responsáveis por encherem ruas e avenidas, por recepcionar Lula e sua comitiva nas cidades que ele passou. Assim, essa força dos movimentos sociais vermelhos em pôr pessoas nas ruas e avenidas seria apenas uma ação de medir forças e constatar o poder que Lula exerce no Nordeste? E confirmar o que as pesquisas já nos mostram?

De fato, sei que no Nordeste Lula é uma unanimidade, e que também, ele foi o presidente que mais fez por essa região do Brasil, saímos de uma classificação marginal e migramos para uma classificação industrial e geradora de empregos. Porém, isto não coloca Lula no panteão dos deuses gregos. A saber, a religiosidade grega não fazia distinção entre deuses bons e ruins, essa linha entre bem e mal era muito tênue, não seria possível classificar os deuses gregos com tamanha precisão. Será que Lula pretende se tornar uma espécie de deus grego à brasileira?

O que prejudica uma reflexão clara da visita de Lula a Pernambuco é o sentimento presente que se instalou no Brasil, política tem sido tratada por vias passionais e pouco racionais, fugimos de debates onde seja analisado o projeto político como um todo, e preferimos ficar como torcedores irracionais gritando por nossos times, com gritos fortes de amor à camisa, se resume nisto a maioria das análises políticas.
Lembro, Lula não é Deus! Não pode chegar aqui em Pernambuco, desfazendo todo um contexto político de oposição, construindo alianças e ignorando a realidade local; acreditando que, como “deus” da esquerda brasileira, pode fazer e desfazer sem consultar as bases. Não se justifica uma aliança com o PSB apenas para garantir mais votos e ampliar as prefeituras que apoiarão em 2018. O mesmo PSB que a um ano atrás era, também, chamado de golpista, por ter apoiado a queda de Dilma, agora pode ser um possível aliado?

A incoerência marcou a visita de Lula a Pernambuco, os militantes ficaram perplexos sem entenderem, outros continuaram sem entender nada – já que nunca entendem, falo especificamente, dos militantes self’s, que é aquela figura que não compreender o verdadeiro sentido de uma militância aguerrida com conquistas sociais, que apenas serve aos movimentos sociais para conglomerar mais pessoas, eles formam a militância irracional da esquerda brasileira.

Sim, e juntos com os militantes self’s ficamos bestializados com a visita de Lula as lideranças do PSB. Outro fato que, junto com a possível aliança pessebista em Pernambuco e a marginalização de Marília Arraes, que saiu excluída deste processo de disputa em 2018, foi o acontecimento em terras alagoanas. Um palanque com Lula, Renan e Renanzinho foi demais. Não teria outras figuras para subirem num palanque com Lula?

Descordo do meu amigo Dr. Wagner Geminiano, isso não é construir pontes, isso é se sentir deus, e acreditar na irracionalidade dos eleitores e militância aguerrida representada pelos movimentos sociais. Lula construiu uma pinguela frágil, aliança com nosmes do PSB Pernambucano e PMDB Alagoano é um risco, é brincar de todo poderoso, e se colocar ao risco de provar do mesmo veneno duas vezes. O PSB não pertence mais à esquerda, já faz tempo que sua política se baseia no fisiologismo tradicional brasileiro. Namorar e casar com o PSB Pernambucano, é correr o risco de ser traído mais uma vez.

Lula não pode ser um mito, isso não é bom para o entendimento de política de forma mais complexa. Ele como corporificação de um mito, se abstém de críticas, melhorias e correções, afinal, ele já é um mito. Um Lula mito não acrescerá muita coisa em debates políticos. Votaremos nele apenas por ser um mito ou votaremos por ter ele a melhor proposta para o Brasil? A racionalidade tem que voltar as discussões políticas brasileira, não podemos pensar em política de maneira passional e inflar o ego de políticos, no caso de Lula. Lula foi o melhor presidente, tanto para ricos como para os pobres, deu ressonância ao Brasil no exterior, nos deu independência com relação a soberania nacional, mas isso não lhe faz dele um deus.

 Por Bruno Oliveira – Mestre em História pela UFPE e colunista semanal do Blog Ponto de Vista

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Coluna Ponto a Ponto (27/08) – Lula, por 2018

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