Pesquisa em Petrolina dá o tom do cenário para 2020

Pesquisa em Petrolina dá o tom do cenário para 2020

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Recentemente, uma pesquisa de opinião pública agitou o cenário eleitoral em Petrolina e em Pernambuco. Trata-se de uma peça que indica amplo favoritismo do prefeito Miguel Coelho para disputar a reeleição no ano que vem. Conforme indicado pelo Instituto Opinião, caso a eleição fosse hoje, Miguel teria 47% dos votos. Em seguida, estariam empatados os ex-prefeitos Júlio Lóssi(PSD) e Odacy Amorim(PT). O vereador Gabriel Menezes(PSL) tem 6% e o deputado estadual Lucas Ramos (PSB), 4%.

Considerando apenas os votos válidos, isto é, sem contabilizar votos brancos e nulos, Miguel seria reeleito com cerca de 56% dos votos. Mesmo Petrolina sendo passível de segundo turno por deter mais de 200 mil eleitores, o atual prefeito possui capital político suficiente para liquidar a fatura ainda no primeiro turno. Na rejeição, Lóssio é quem assume a liderança, com 22,2%, seguido por Odacy com 13,8%, 11,6% de Gabriel, 10,4% de Lucas Ramos e Miguel pontuando 9,6%.

Na modalidade espontânea, quando não são apresentados os nomes dos pretensos candidatos, o prefeito Miguel Coelho mantém a liderança com 30,2% das intenções de voto, contra 3,3% de Odacy Amorim(PT), 2,4% de Lóssio(PSD) e 0,4% de Gabriel Meneses(PSL).

A chave para a boa aprovação do prefeito e consequente impacto sobre o arranque na pré-campanha pela reeleição pode ser, além da inconteste liderança política pessoal, a articulação do senador Fernando Bezerra Coelho(MDB) na capital federal. Mal o presidente Bolsonaro(PSL) havia tomado posse, Fernandão, como é chamado, conseguiu trazer os ministros do Desenvolvimento Regional, Educação e Agricultura, além do próprio Presidente da República e de mais de 300 milhões em aportes financeiros, parcerias e acordos que proporcionaram viabilizar diversos projetos municipais sem gastos da Prefeitura de Petrolina. Mas desde a gestão do ex-presidente Michel Temer(MDB), Petrolina vinha se tornando a “menina dos olhos” do estado. Miguel deu sorte de ver o irmão e deputado federal Fernando filho(DEM) ser nomeado Ministro de Minas e Energia, Mendonça Filho(DEM) ser nomeado Ministro da Educação e Bruno Araújo(PSDB) se tornar Ministro das Cidades. A queda da petista Dilma Rousseff em 2016 foi o pontapé inicial para o fortalecimento do prefeito Miguel, que também conta com grande apoio na Câmara de Vereadores.

Por outro lado, a forte aproximação do clã Coelho pode ser um fator negativo. O governo federal tem avaliação de péssimo e ruim chegando a 55,6% na cidade e somente 17,1% de bom e ótimo. Basta dizer que Haddat(PT) abriu quase 20 pontos percentuais de vantagem sobre Jair Bolsonaro(PSL) no primeiro turno. O período em que Fernando Filho foi titular no Ministério de Minas e Energia do governo Temer também conta negativamente para o jovem prefeito. Esta ponderação é enfatizada pelo deputado Lucas Ramos, do PSB, que aparece na pesquisa com 4% de intenção de votos. No entanto, Lucas Ramos enfrenta idêntico problema com a má avaliação do governador e correligionário Paulo Câmara: 19,3% de bom, 2,7% de ótimo, 31,6% de regular, 11,3% de ruim e 18,7% de péssimo. Além disso, Odacy Amorim também conta com apoio de setores palacianos sendo ele próprio presidente do Instituto Agronômico de Pernambuco. Este último pode ser beneficiado por uma possível liberdade do ex-presidente do Lula(PT) ou pelo fortalecimento das forças de esquerda do país e consequente enfraquecimento das forças mais conservadores. O contrário também pode acontecer daqui até outubro de 2020, favorecendo então o prefeito Miguel Coelho.

O Instituto Opinião também testou cenários de embates em eventuais segundos turnos. Enfrentando Júlio Lóssio, o prefeito 61,1% dos votos contra 22,7% do peessedista. Miguel também bateria o candidato do PT, Odacy Amorim, por 58,3% dos votos contra 27,3%; e venceria Lucas Ramos(PSB) com 67,6% dos votos contra 14,4%. Brancos e nulos somariam 11,1% e 6,9% se apresentaram indecisos. Já se o candidato fosse Gabriel, o prefeito teria 64,4% dos votos contra 18,9%. Esta semana, foi anunciado que o prefeito deve mesmo se filiar ao MDB para ser candidato novamente.

Expandindo – o Presidente Estadual do MDB, deputado federal Raul Henry, recebeu, na sede do partido, no Recife, o ex-prefeito de Altinho, Sávio Omena, e o pré-candidato a prefeito na cidade, o ex-vereador Peba. Também reuniu-se com o vice-prefeito de Betânia, Joseano Nascimento, e com o ex-prefeito de Condado, Edberto Quental. Os encontros são estratégia para lançar muitos candidatos a prefeito em 2020. Em 2016, quando era vice-governador de Pernambuco, o MDB lançou 42 candidatos e conseguiu emplacar 16.

Expandindo 2 – O MDB deve lançar candidatos a prefeito em todas as 6 maiores cidades de Pernambuco e participar ativamente das campanhas majoritárias nas cidades do G20, grupo dos vinte maiores municípios de Pernambuco. O senador Fernando Bezerra Coelho deve articular a vinda de mais de 10 prefeitos e dezenas de pré-candidatos a prefeito no interior do estado.

Ressuscitando – Após um mergulho estratégico, o ex-senador Armando Monteiro Neto(PTB) reapareceu no cenário político pernambucano filiando novas figuras que devem disputar as eleições de 2020. Será o suficiente para sair do ostracismo?

Escrito por Marcelo Velez

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