ESCRITO POR WELLINGTON RIBEIRO
A proximidade da eleição para as presidências da Câmara Federal e Senado tem impulsionado as tratativas entre o PP, Republicanos e União Brasil no sentido das três siglas se unirem e construirem uma federação. Juntas, essas três siglas representam 153 cadeiras na Câmara Federal e 18 cadeiras no Senado. Se concretizando, a federação entre os três partidos se torna a maior força dentro do Congresso Nacional. Para se materializar a federação PP/Republicanos/União Brasil a convergência de interesses é um ponto crucial. A primeira etapa passa pelas eleições das presidências da Câmara e Senado, onde o deputado Hugo Mota (Republicanos) e o senador Davi Alcolumbre (União Brasil) são nomes já consolidados para as respectivas sucessões dos comandos das duas Casas. Republicanos e PP já estão bem encaminhados quanto a aliança, inclusive o que se sabe é que o apoio de Arthur Lira (PP), atual presidente da Câmara, a Hugo Mota estaria condicionada a isto. Já em relação ao União Brasil o possível embarque neste projeto pode está condicionado à candidatura de Ronaldo Caiado, atual governador de Goiás, à presidência da República em 2026.
Vale destacar que o grande desafio dos dirigentes partidários destas três siglas consiste nas costuras nos estados, uma vez que a materialização da Federação Partidária torna as siglas que a compõem em uma única agremiação partidária que vigora por, no mínimo, quatro anos.
Levando em consideração os desdobramentos da federação para Pernambuco, por exemplo, os principais nomes do PP, Republicanos e União Brasil no estado possuem para as eleições de 2026 interesses que se chocam. Eduardo da Fonte (PP), Sílvio Costa Filho (Republicanos) e Miguel Coelho (União Brasil) são apontados como potenciais candidatos ao Senado, e não é só isso, o primeiro está na base da governadora Raquel Lyra, enquanto que os outros dois são da oposição que tem em João Campos (PSB) o principal nome para disputar o Palácio do Campo das Princesas. Com a federação, os três terão que caminhar unidos em relação ao apoio para a disputa ao Governo do Estado, caso permaneçam nos respetivos partidos. Além disso, como convergir os interesses de Eduardo da Fonte, Silvio Costa Filho e Miguel Coelho em relação ao Senado? Qual dos três teria o domínio sobre o destino da federação em Pernambuco?