Universitários de Barreiros – O diálogo é o melhor caminho

Nas últimas semanas tenho acompanhado com atenção os relatos dos estudantes universitários da cidade dos Barreiros que se deslocam para o Recife, com o único propósito estudar e assim realizar os seus sonhos. Isso me faz lembrar de um passado muito próximo, exatamente no ano de 2009, quando eu e uma quantidade considerável de outros universitários nos deslocávamos diariamente para o município de Palmares e passamos por algo semelhante ao que ocorre em Barreiros, só que de uma forma mais acentuada. Na época a prefeitura só disponibilizava um único e antigo ônibus da década de 80 para o deslocamento dos alunos, a chamada “barca”. Não me recordo o número de ocasiões que fomos deixados pelo caminho por conta das péssimas condições do velho ônibus, que geralmente era substituído nos dias de sexta-feira por outro ainda pior, a chamada ratoeira, ou ironicamente apelidado por alguns de carruagem do inferno, tamanho o risco que o ônibus representava aos estudantes. Aliado ao perigo apresentado pelo transporte devido ao mal estado de conservação estava a super lotação, chegando  um dia ser contabilizado mais de 80 pessoas dentro do ônibus. Devido ao tamanho descaso vivenciado na época, não foram poucas as vezes que os alunos reivindicaram por um transporte mais seguro. Certo dia, quando os alunos “bateram o pé” e exigiram uma atitude do prefeito, tivemos finalmente uma oportunidade de ficarmos cara-a-cara com o gestor municipal para falarmos as nossas queixas. Na ocasião, tomei a frente das discussões e expus as nossas queixas, mas o prefeito de forma intransigente quis impor o que bem queria, fazendo assim com que as discussões se acalorassem  entre eu e o prefeito, tornando inviável o diálogo dali por diante porque os ânimos se exaltaram (fato que foi bastante comentado na cidade). Na verdade, aquela não era o tipo de reunião que eu esperava, mas ela foi necessária para que só então fosse tomada as devidas providências por parte da prefeitura no sentido de melhorar o transporte dos estudantes, o que aconteceu na semana seguinte com a disponibilização de dois ônibus. Voltando para o que aconteceu em Barreiros e comparando com o que ocorreu em São José, considero LEGITÍMA as reivindicações feitas pelos estudantes, mas ao contrário do que aconteceu comigo na cidade vizinha, o prefeito de Barreiros, Carlos Artur, aberto ao diálogo, agiu de maneira acertada e coerente ao receber uma comissão para tratar sobre o assunto e se comprometer em atender a pauta de reivindicações dos estudantes, pois o diálogo é o caminho mais curto para se chegar a um resultado satisfatório. Embora reconheça pela Lei que nem o município de São José da Coroa Grande era obrigado na época a disponibilizar o transporte para universitários, como também hoje Barreiros não o é, faz-se necessário lembrar que a concessão de um transporte seguro para universitários representa uma atitude sensata e só feita por aqueles que acreditam que o investimento na educação é o caminho para a emancipação das pessoas, principalmente da juventude. Escrito por Wellington Ribeiro

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Reunião entre o prefeito e estudantes universitários – Imagem: Prefeitura dos Barreiros

Nas últimas semanas tenho acompanhado com atenção os relatos dos estudantes universitários da cidade dos Barreiros que se deslocam para o Recife, com o único propósito estudar e assim realizar os seus sonhos.

Isso me faz lembrar de um passado muito próximo, exatamente no ano de 2009, quando eu e uma quantidade considerável de outros universitários nos deslocávamos diariamente para o município de Palmares e passamos por algo semelhante ao que ocorre em Barreiros, só que de uma forma mais acentuada.

Na época a prefeitura só disponibilizava um único e antigo ônibus da década de 80 para o deslocamento dos alunos, a chamada “barca”. Não me recordo o número de ocasiões que fomos deixados pelo caminho por conta das péssimas condições do velho ônibus, que geralmente era substituído nos dias de sexta-feira por outro ainda pior, a chamada ratoeira, ou ironicamente apelidado por alguns de carruagem do inferno, tamanho o risco que o ônibus representava aos estudantes.

Aliado ao perigo apresentado pelo transporte devido ao mal estado de conservação estava a super lotação, chegando  um dia ser contabilizado mais de 80 pessoas dentro do ônibus.

Devido ao tamanho descaso vivenciado na época, não foram poucas as vezes que os alunos reivindicaram por um transporte mais seguro. Certo dia, quando os alunos “bateram o pé” e exigiram uma atitude do prefeito, tivemos finalmente uma oportunidade de ficarmos cara-a-cara com o gestor municipal para falarmos as nossas queixas.

Na ocasião, tomei a frente das discussões e expus as nossas queixas, mas o prefeito de forma intransigente quis impor o que bem queria, fazendo assim com que as discussões se acalorassem  entre eu e o prefeito, tornando inviável o diálogo dali por diante porque os ânimos se exaltaram (fato que foi bastante comentado na cidade).

Na verdade, aquela não era o tipo de reunião que eu esperava, mas ela foi necessária para que só então fosse tomada as devidas providências por parte da prefeitura no sentido de melhorar o transporte dos estudantes, o que aconteceu na semana seguinte com a disponibilização de dois ônibus.

Voltando para o que aconteceu em Barreiros e comparando com o que ocorreu em São José, considero LEGITÍMA as reivindicações feitas pelos estudantes, mas ao contrário do que aconteceu comigo na cidade vizinha, o prefeito de Barreiros, Carlos Artur, aberto ao diálogo, agiu de maneira acertada e coerente ao receber uma comissão para tratar sobre o assunto e se comprometer em atender a pauta de reivindicações dos estudantes, pois o diálogo é o caminho mais curto para se chegar a um resultado satisfatório.

Embora reconheça pela Lei que nem o município de São José da Coroa Grande era obrigado na época a disponibilizar o transporte para universitários, como também hoje Barreiros não o é, faz-se necessário lembrar que a concessão de um transporte seguro para universitários representa uma atitude sensata e só feita por aqueles que acreditam que o investimento na educação é o caminho para a emancipação das pessoas, principalmente da juventude.

Escrito por Wellington Ribeiro

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