Coluna Política em Dia - Por Marcelo Velez
Candidato a vereador do Recife em 2012 pelo PSDB, ficando na suplência com 4.309 votos, só assumiu por quatro meses naquela legislatura devido à licença-maternidade da vereadora Aline Mariano, hoje no PP. Muito inteligente e bom de discurso, Wanderson soube usar bastante carisma para dar a volta por cima, contrariando muitos prognósticos. Inclusive o ex-vereador já falecido Liberato Costa Júnior, famoso por suas apostas cirúrgicas sobre quem e com quantos votos se elegeria na badalada lista DataLiba, confidenciava que a situação de Wanderson era complicada e ele não seria eleito em 2016. Mais ainda: durante o curso da campanha, Wanderson sofreu um duro golpe com o falecimento de seu pai, suficiente para abalá-lo profundamente. Mesmo com todos estes percalços, não só Wanderson venceu a disputa como mais que dobrou a votação e obteve 8.701 votos.
Famoso por transitar bem na Câmara de Vereadores do Recife, o bom trato do jovem de 36 anos o projetou para um projeto ousado em 2018 na busca por uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco. Os riscos eram altos nesta aventura, porque o número de chapinhas fez com que muitos suplentes e lideranças se alçassem como candidatos e isto afunilava a busca por votos. Na prática, havia muita probabilidade de haver um rendimento de votos menor do que os de 2016 e Wanderson sair do pleito menor do que entrou. No entanto, mais uma vez, o filho de Caruaru apostou na ousadia e, após dois anos na Casa José Mariano, elegeu-se deputado estadual de Pernambuco pelo PSC com 24.971 votos, dos quais 14.903 foram só na capital.
Wanderson não só deu um salto que muitos não conseguem, como se cacifou para falar grosso nas articulações para 2020 no Recife e em várias outras cidades.
Querendo escrever seu nome definitivamente na história política de Pernambuco, ele nem bem completou 40 dias após o pleito e já estava a se reunir com deputados, pré-candidatos a vereador e outras lideranças para traçar as primeiras estratégias já de 2019.
Sem dúvidas, Wanderson Florêncio deverá ser um dos melhores deputados da legislatura e ainda ganhará envergadura para outras disputas célebres no futuro.
Araripina – Não só perdendo a disputa ao não conseguir reeleger sua esposa, Socorro Pimentel(PTB), o prefeito da cidade, Raimundo Pimentel(PSL), nomeou uma filha para chefiar a educação municipal. O fato está sendo amplamente divulgado na mídia estadual e diversos observadores da política concordam que foi um desgaste muito desnecessário, mesmo a jovem sendo muito bem formada por instituições internacionais.
De fora – De olho nas atuais tendências políticas, muitos políticos de alto cacife estão se dando o direito de conversar com nomes de fora da política com vistas a 2020 em muitas cidades. A ideia é ter um nome na manga que surfe na onda de renovação.
Vão sobrar – Alguns deputados estaduais não reeleitos estavam um pouco mais tranquilos pela possibilidade de disputarem a prefeitura de cidades medianas cujos prefeitos os apoiaram em 2018. Acontece que, em duas destas cidades, os gestores já estariam mais inclinados a lançar um nome de dentro de sua cozinha para a sucessão e não os ex-deputados. Em reserva, os dois deputados afirmaram estar profundamente chateados com os tais prefeitos.
Novatos – Há especulação de que a bancada dos novos deputados eleitos para a ALEPE almeje falar grosso nas articulações da Casa no tocante a Comissões e na conformação da Mesa Diretora. Entretanto, o bloco, se permanecer todo unido, terá apenas 24 deputados, o que não perfaz nem a maioria simples. É poder de fogo suficiente, se permanecer unida até o fim, para barganhar, mas terão tanto poder para realmente falar grosso, especialmente sabendo que alguns destes novatos são políticos de carreira?
Escrito por Marcelo Velez
COMENTÁRIOS