O deputado lembrou que enquanto as cirurgias negadas pelo Executivo representam cerca de R$ 5 milhões, o Governo de Pernambuco contrata a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein para consultoria na área de gestão de seis grandes hospitais da rede estadual de saúde, gastando R$ 23,2 milhões.
“Enquanto o tratamento para o Albert Einstein, tudo indica, é com dispensa de licitação, o procedimento para compra das placas que podem dar sobrevida às crianças, tramita nas gavetas da secretaria da Administração sem que haja informações precisas sobre o processo”, disse.
No discurso, Porto destacou os maus tratos que Germana relatou sofrer por parte da secretaria estadual de Saúde, além do silêncio que vem tendo em relação à demanda das cirurgias. Disse ainda que o descaso dispensado à presidente da União de Mães pela chefe de gabinete da secretária, senhora de nome Gerlane, também tem sido destinado à Alepe.
“Quero lembrar aqui que a Secretaria de Saúde tem reagido com igual descaso com esta Casa. Eu mesmo, quando tentei falar com a secretária de Saúde sobre um paciente grave internado no Hospital da Restauração, recebi uma mensagem desta mesma senhora Gerlane, me informando que a secretária não me atenderia e que qualquer problema deveria ser dirigido a ela”.
Para o deputado, diante do que tem sido visto, pode-se concluir que: “se a Secretaria trata com descaso o Poder Legislativo, composto por 49 deputados, com mandatos que representam pernambucanos de todo o Estado, imagina-se qual tratamento não vem recebendo esta mãe que fala em nome de 138 famílias”, observou. “Estamos diante de um descaso absurdo com o sofrimento e com as vidas destas crianças”, completou.
Álvaro Porto enfatizou o caráter urgente das intervenções, uma vez que podem permitir um mínimo de qualidade de vida para os pacientes e para as mães que cuidam diariamente dos seus filhos e filhas. “Trata-se de um procedimento médico de caráter humanitário. Afinal, segundo contou Germana, as dores das crianças não são aliviadas nem mesmo com tramal e morfina aplicada na corrente sanguínea”.
No discurso, o deputado fez questão de frisar que Germana disse depositar na Alepe sua última esperança. “Nós, aqui na Alepe, temos este compromisso de buscar soluções urgentes para esta questão. Não se pode tratar este caso como algo banal, com licitações de materiais para cirurgias comuns. A situação é urgente. É preciso lembrar que esta realidade de dor e sofrimento é decorrente do Zika vírus. Portanto, essas crianças são vítimas do Estado brasileiro que, sem condições sanitárias adequadas, não controlou o Aedes aegypti, o vetor do vírus. Isso significa dizer que esta é uma dívida do Estado”.
Porto foi aparteado pelos deputados Sileno Guedes, Dani Portela, Simone Santana, Rodrigo Farias, Abimael Santos, Waldemar Borges, José Patriota e Joãozinho Tenório.
