O partido Avante, em Catende, na Mata Sul de Pernambuco, levanta dúvidas sobre o comportamento da Federação PSDB/Cidadania em relação a uma ação judicial envolvendo o aumento expressivo de transferências de eleitores para o município. A polêmica ganhou destaque com a frase emblemática: “Quem não deve, não teme,” usada pelos dirigentes do Avante para sintetizar seu estranhamento diante das atitudes do PSDB.
A ação judicial, movida pelo Avante, questiona a discrepância entre o número de eleitores registrados e a população local, algo que pode influenciar diretamente o resultado das eleições de 2024. Segundo os advogados do partido, a intervenção do PSDB/Cidadania no caso — mesmo não sendo parte do processo — é vista como uma tentativa de dificultar o acesso a informações relevantes.
“Por que os partidos da administração municipal tentam, a todo custo, impedir a apuração de dados sobre as transferências? Qual o motivo de tanto esforço para barrar uma investigação legítima?”, questiona um dos advogados do Avante.
A diferença de apenas 14 votos entre adversários nas últimas eleições municipais torna a situação ainda mais sensível. Para o corpo jurídico do Avante, a resistência do PSDB/Cidadania em permitir que dados, como endereços e IPs de acessos no sistema eleitoral, sejam verificados, pode sugerir receio de revelações comprometedoras.
Apesar de não ser ré no processo, a Federação PSDB/Cidadania não apenas apresentou petição na Justiça Eleitoral de Catende pedindo o indeferimento da ação, como também recorreu ao Tribunal de Justiça do Estado após derrota em primeira instância no TRE. A atitude é vista como um movimento incomum, que reforça as suspeitas do Avante sobre a existência de possíveis irregularidades no aumento repentino do eleitorado na cidade.
