Caso Serrambi: A impunidade é o combustível da criminalidade, afirma Gleide Ângelo

Crime que vitimou as jovens Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão vai completar 20 anos

Delegada Gleide Ângelo

Em entrevista exclusiva ao Blog Ponto de Vista, a deputada estadual Gleide Ângelo falou sobre a audiência pública sobre Violência Contra a Mulher que presidiu nesta terça (25) e comentou o caso Serrambi, crime que vitimou as jovens Maria Eduarda e Tarsila Gusmão e que está prestes a completar 20 anos de impunidade.

“A impunidade é o combustível da criminalidade. Muita gente continua cometendo crimes contra a mulher porque acredita que não vai dar em nada. Isso é muito triste para toda a sociedade. Para nós, policiais, é um sentimento de fracasso e impotência quando você vê que passou 20 anos sem uma solução, uma resposta à família das vítimas e para a sociedade. Não sei detalhes, porque ainda não estava na polícia, mas uma coisa eu sei: não teve resposta. Que sirva de exemplo para que não aconteça em outras investigações, o criminoso precisa ser punido”, disse Gleide  Ângelo.

Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão

Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão foram fotografadas à beira-mar em Serrambi no mesmo dia em que sumiram

AUDIÊNCIA PÚBLICA NA ALEPE – O foco do encontro, que contou com a presença da ex-policial e deputada estadual Delegada Gleide  Ângelo (PSB), foi entender quais são os desafios na rede de proteção às mulheres vítimas de violência em Pernambuco, visando a construção do programa de “tolerância zero” contra a violência de gênero. Além de Gleide e integrantes da Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres da ALEPE, havia representantes de diversos municípios, do Judiciário, Ministério Público e polícias, por exemplo.

“Onde está o gargalo que faz com que a mulher continue morrendo? Nosso grande desafio foi escutar todo mundo para aprimorar o fluxo e a mulher ter informação de onde ela vai para ter verdadeiramente esse sistema de proteção”, disse Gleide, que também apresentou um relatório dos registros de ocorrências de crimes contra a mulher. Em 2022, de 43.752 boletins de ocorrência de violência doméstica e familiar foram registrados no estado, dando a entender que há muita subnotificação, especialmente no interior de Pernambuco.

“A gente ouviu quem quis falar e anotou os encaminhamentos. Vamos digitalizar e encaminhar à Secretaria da Mulher do Estado, para que chegue na governadora, e também para as participantes. Vai ser um grande relatório para que as pessoas saibam o que as mulheres pensam sobre essa rede de proteção”, disse a deputada.

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