Coluna Política em Dia (20/07) – Palácio se ampara na quantidade de prefeituras do PSB

Coluna Política em Dia (20/07) – Palácio se ampara na quantidade de prefeituras do PSB

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Embora fosse visível a vantagem inicial de Armando Monteiro (PTB) em 2014, o atual governador Paulo Câmara (PSB) iniciou sua carreira política derrotando o então senador ainda em primeiro turno. Um dos motivos apontados para aquela virada histórica foi a morte de Eduardo Campos, candidato a presidente, ainda no curso da campanha. Entretanto, não deve ser esquecida a enorme estrutura que o partido dele possuía. No ano de 2012, o PSB havia eleito 59 prefeitos em todo o estado de Pernambuco, além de dezenas de prefeitos de partidos aliados.

Naquele ano de 2014, das 6 maiores cidades, Paulo Câmara possuía o apoio direto de 5 delas: Recife, Jaboatão, Olinda, Caruaru e Paulista. Avançando para o pleito de 2018, o governador buscou a reeleição com o apoio de 69 prefeitos da mesma legenda, enquanto seu principal opositor, Armando, havia eleito apenas 17 petebistas. A disparidade foi imensa e contribuiu para suplantar a fadiga de material existente no governo do estado.

Embora contasse com grande rejeição e descontentamento na base, é difícil enfrentar qualquer palaciano que conte com tamanha estrutura inicial. Desta forma, há apenas dois instrumentos que possam rivalizar com o exército montado historicamente desde os tempos de Arraes e Eduardo. O primeiro instrumento trata-se de uma candidatura com potencial de arrastar o eleitorado em torno de si. Na mesma sintonia do que foi a campanha presidencial, agregando a imagem de um candidato anti-estabilishment. Contra esta tendência, natural e dificilmente contingenciável, até mesmo uma quantidade expressiva de prefeitos teria dificuldade em deixar para trás. Entretanto, há uma dificuldade imensa para qualquer político atual conseguir este feito. Com a rejeição do povo à política e aos partidos tradicionais, é preciso muita sintonia com o eleitorado para obter êxito a partir desta estratégia. A segunda maneira visível de rivalizar com o PSB pernambucano pode ser através da conquista de um número aproximadamente igual de prefeitos. Para Jarbas (MDB) ou Fernando Bezerra Coelho (MDB), se quiserem ser candidatos a governador em 2022 expandindo seu leque de apoios de base, seria necessário, no mínimo, triplicar as 16 prefeituras conquistadas pelo partido em 2016, torcer por uma retração substancial do PSB no estado ou conseguir uma quantidade de partidos aliados suficiente para montar um exército a seu favor. Também é importante salientar que é comum um prefeito cujo partido apoia o lado A, na verdade apoiar o lado B. Quem quer que queira disputar as eleições de 2022, tem que começar desde já a suar a camisa para dar conta do recado em 2020.

Ranking dos Políticos – Entidade independente, financiada pelos próprios fundadores e por doações de apoiadores do projeto, que tem como finalidade fiscalizar e repassar para a população, com transparência, o trabalho desenvolvido por políticos, avaliou o deputado federal Daniel Coelho (CID) como o melhor parlamentar de Pernambuco. Raul Henry (MDB) conseguiu a vice-liderança no ranking. Entretanto, considerando todos os deputados federais e senadores avaliados, Daniel ficou apenas na 88ª colocação nacional.

Divisão ou união – A eleição para prefeito do Recife em 2020, tratada como prioritária tanto para a oposição quanto para o governo, começa a dividir alguns articuladores. Enquanto alguns apontam que se unir em primeiro turno ajuda o Palácio a secar candidaturas em torno de João Campos (PSB), outros apostam que seria mais vantajoso forçar o segundo turno e entrar em campo com uma união maciça no campo das oposições.

Estrondosa – A vitória de Paulo Câmara em 2018 foi mais estrondosa do que parece. Das 10 cidades com mais de 100 mil habitantes, Paulo venceu em Recife, Jaboatão, Olinda, Petrolina, Paulista, Cabo, Camaragibe e Vitória de Santo Antão, sendo derrotado apenas em Caruaru e Garanhuns. Portanto, já há um ponto para o grupo encabeçado por Jarbas e Fernando Bezerra Coelho corrigirem se quiserem sair de 2020 fortalecidos.

A união faz a força – Informações dos bastidores dão conta de que Bezerra Coelho está decidido a fazer de tudo pela união dos palanques opositores quando o assunto for eleições municipais de 2020 nas cidades pernambucanas. As costuras terão como foco eleger o número máximo de apoiadores, mas só serão executadas nas cidades onde esta junção for benéfica. É o caso de Caruaru, por exemplo.

Decidida – Parece que Juliana Chaparral está mesmo decidida em Bom Jardim. Quando candidata a deputada estadual, ela foi a terceira colocada na cidade, com 3457 votos, atrás apenas do ex-prefeito Miguel Coelho (PP) e Joaquim Lira (PSD), candidato do atual gestor. Se quiser ter êxito na empreitada, Juliana e seu esposo, Cléber Chaparral (PSD), precisam planejar muito bem a campanha para não acabar dando vantagem ao prefeito João Lira (PSD) por dividirem a oposição no município.

Arando a terra – A esposa do prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), está sendo apontada como pré-candidata a prefeita de São José do Belmonte. Karina Rodrigues já contam com vários outdoors na cidade em que nasceu e já lança alertas nos radares do prefeito Romonilson Mariano (PHS). O movimento não só visaria a sobrevivência do grupo político encabeçado por Duque, que não pode mais se reeleger em Serra Talhada, como também a preparação para uma campanha a deputado em 2022.

Escrito por Marcelo Velez

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