Coluna Política em Dia (26/04) – 3 cidades medianas com forte influência na política pernambucana

Coluna Política em Dia (26/04) – 3 cidades medianas com forte influência na política pernambucana

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Embora ainda haja mais de 18 meses para as eleições de 2020, grandes caciques da política estadual já planejam para onde vão seus apoios no ano que vem mirando em se fortalecer com vistas a 2022. Quem quer ser candidato a governador, senador ou deputado, precisa de uma densidade eleitoral significativa e uma maneira comum de obtê-la é ajudando a eleger aliados Pernambuco afora. Também é sabido no meio político que há cidades medianas importantes, cujo gestor consegue ampliar seu raio de influência caso faça uma gestão exitosa, a exemplo de Serra Talhada, Paudalho e Santa Cruz do Capibaribe, mas grande parte das atenções neste momento estão voltadas para as 6 maiores cidades que devem ter segundo turno em 2020. Entretanto, pode ser um erro grave desconsiderar municípios de médio porte nas articulações porque o grau de atratividade deles e a notoriedade que possuem ajudam a construir relações com prefeitos vizinhos. Não raro, acontece de diversos gestores de cidades circunvizinhas marcharem juntos com um mesmo governador ou senador, até com o mesmo deputado federal.

Serra Talhada é uma cidade que ficou conhecida por disputas acirradas e estreitas entre a animosidade do povo com os políticos. O berço de Inocêncio Oliveira hoje vive a polarização de Luciano Duque(PT) e o clã Oliveira. Obtendo um resultado estrondoso nas urnas em 2014, o deputado federal Sebastião Oliveira (PR) foi alçado ao posto de Secretário de Transportes de Pernambuco e cuidou de puxar todo o apoio do PSB para seu sobrinho, Victor Oliveira (PR), disputar a prefeitura em 2016, mas o vitorioso foi o prefeito reeleito Duque. Em 2018 Oliveira novamente foi majoritário na cidade, desta vez com mais de 2 mil votos à frente de Marília Arraes (PT), candidata do prefeito. Ano que vem, a gestão bem avaliada de Luciano Duque terá o papel de ungir o sucessor e contrabalancear a enorme força dos aliados palacianos. Sob a perspectiva real de o prefeito não repassar a totalidade de seus votos ao seu candidato, a oposição da cidade tem andado animada e já caiu em campo para devolver os 5 mil votos de diferença com que Victor fora derrotado.

A cidade de Paudalho passou a protagonizar o desenvolvimento e ser um ícone de gestão na Mata Norte porque o prefeito Marcelo Gouveia (PSD) conseguiu fazer uma gestão bem avaliada, assiste o progressivo esfacelamento da oposição e a rejeição alta do prefeito de Carpina, Botafogo (PDT), antes considerado líder da região. Em 2016, Marcelo obteve 19.760 votos e conseguiu repassar ao irmão, Gustavo Gouveia(DEM), 16.826 votos na cidade, quase chegando a 100% de repasse. Não é à toa que o prefeito tem exercido inconteste liderança entre seus iguais da região e os grandes políticos que tiverem o apoio de Marcelo já podem contar com uma grande soma de votos na Mata Norte. Até mesmo seu grande opositor, Pereira (PSB), beneficia-se na sombra do gestor. Pereira consegue uma quantidade razoável de votos somente por ser o rival do prefeito, o único que polariza com ele. Quase como Coca-cola e Pepsi, Sport e Santa Cruz, Corinthians e Palmeiras.

Por último, mas não menos importante, pode-se destacar a cidade de Santa Cruz do Capibaribe. O prefeito Edson Vieira (PSDB) logrou êxito na reeleição com uma margem de apenas 914 votos sobre Fernando Aragão (PTB), mas conseguiu fazer Alessandra Vieira (PSDB), sua esposa, deputada estadual eleita e majoritária na cidade. O grande desafio de Edson será fazer o sucessor, especialmente considerando que outros atores políticos da cidade, como José Augusto Maia, devem retornar ao xadrez em 2020. Pela oposição, Fernando Aragão conseguiu contribuir com a votação do seu sobrinho, Diogo Moraes (PSB), que já foi Primeiro-Secretário da Alepe. Se quiser manter a zona de influência, Edson terá de se desdobrar pensando em 2020. Santa Cruz do Capibaribe consegue projetar o gestor para várias cidades com foco em confecções, como Toritama e Caruaru, além das diversas prefeituras onde Alessandra Vieira possui trânsito institucional como parlamentar.

Há muitos outros municípios relevantes para o cenário estadual além dos três supracitadas e há diversos deputados de olho neles. Na opinião de um parlamentar em reserva, é melhor deixar as cidades grandes de lado porque “… é briga de cachorro grande” e se debruçar nas cidades de médio porte.

Primavera – Repercutiu no meio político o movimento de Eudo Magalhães Júnior (PR) de publicar vídeos com críticas severas à prefeita Dayse Juliana (PDT). Apontando diversas falhas na gestão, ele se pré-coloca novamente como candidato a sucedê-la, mas, a julgar pelos resultados que Dayse repassou aos seus deputados em 2018, a gestora está longe de ser carta fora do baralho em 2020.

Chá de sumiço – Muitas pessoas estão comentando sobre o mergulho que o prefeito de Camaragibe, Meira (PTB), deu após a operação da DRACO na prefeitura. Segundo moradores e lideranças políticas, para encontrar Meira, somente com muita reza brava.

Contas –Tornou-se um verdadeiro problema para os prefeitos a mudança que considera responsabilidade dos vereadores rejeitar ou aprovar as contas da prefeitura. Isto porque há o argumento de que o julgamento deixa de ser técnico quando não há obrigatoriedade de formação escolar para o cargo de vereador, além de haver possibilidade de influência do poder executivo na avaliação do mérito. Esta semana, o ex-prefeito de Cumaru, Eduardinho (PSD), teve suas contas rejeitadas na Câmara Municipal.

PRB – Causou muita repercussão o comentário sobre uma suposta candidatura a prefeito de Olinda do deputado federal Bispo Ossesio. Na verdade, sendo candidato na cidade ou não, é uma estratégia de consenso no partido o foco em eleger prefeitos e elevar a quantidade de vereadores filiados à sigla em 2020 para haver o fortalecimento com vistas a 2022.

Escrito por Marcelo Velez

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