Coluna Radar Mata Norte (30/08) – A caneta da oposição já faz efeito na região

O modelo de atuação política adotada pela oposição em Pernambuco tem revelado algumas práticas próprias da "velha política." O chamado G 4, grupo liderado pela senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB) tem atuado numa agenda Política/ administrativa no Estado prometendo a liberação de recursos através de emendas, projetos e programas  do Governo Federal em troca de apoios. Com uma linha de ação muito pragmática, estilo "Coelhos" de fazer política, os líderes da oposição ao governo Paulo Câmara têm realizado uma espécie de governo paralelo. Dos quatros nomes que integram o G 4, só o senador Armando Monteiro (PTB) e  o próprio FBC  não exercem cargo no Governo Temer, porém detêm forte influência. FBC, por exemplo, tem um filho Ministro que por sua vez vem adotando uma agenda conservadora à frente do Ministério de Minas e Energia propondo a privatização do setor elétrico do país, sendo por esta razão alvo de protestos por onde passa. Por sua vez, o senador Armando Monteiro transita bem no Governo Temer devido o seu posicionamento favorável  a algumas matérias do interesse do governo, a exemplo da Reforma Trabalhista. Vale destacar que mesmo o governo Temer esteja sendo rejeitado por mais de 95% da população, segundo pesquisa Ibope divulgada essa semana, seus aliados em Pernambuco, leia-se o G 4, não têm tido o menor receio em  associar sua imagem ao pior presidente da história do país. Com a montagem deste "Poder paralelo", que incluem dois ministérios com os maiores orçamentos da União, que são o das Cidades, comandado por Bruno Araújo (PSDB) e Educação, comandado por Mendonça (DEM) os oposicionistas estão conseguindo avançar entre prefeitos de partidos da Frente Popular, pois ante a situação caótica enfrentada pelos municípios diante das grandes quedas de arrecadação e repasses do FPM alguns prefeitos têm caído no canto da sereia e sinalizando apoio ao projeto de oposição. Na região da Mata Norte, uma região que historicamente o PSB sempre teve uma presença muito forte por conta do governo Arraes, através da defesa dos trabalhadores da zona canavieira e dos movimentos sindicais, e posteriormente no por conta de Eduardo Campos, esta cooptação não têm sido diferente e vem acontecendo de maneira abrupta auxiliada por duas lideranças que embora filiadas a partidos da Frente Popular andam fazendo movimentos em direção ao fortalecimento da candidatura de FBC ao Governo do Estado. Um é o deputado federal Marinaldo Rosendo (PSB), que não consegue mais disfarçar seu descontentamento e afastamento do Governo Câmara e seu alinhamento com o FBC, onde tem levado prefeitos da região para conversar com o senador. O outro é o prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia (PSD), que também preside o Consórcio dos Municípios da Mata Norte e Agreste Setentrional (Comanas), o que lhe deu uma projeção e o possibilitou a abrir portas. Marcelo tem usado muito bem o Comanas politicamente. Muito habilidoso, se aproximou de alguns prefeitos da região e tem tratado com aqueles que vão marchar com o candidato da oposição suas demandas. Esta semana Marcelo teve reunião com FBC e levou consigo o prefeito de Orobó, Cléber Chaparral (PSD), para ter uma conversa de pé de ouvido com o senador. Embora tenha evitado sair na foto, o prefeito de Paudalho foi revelado pela grande mídia do Estado como participante do encontro. Vale destacar que todo este movimento de Marcelo através do Comanas tem por objetivo de impulsionar a candidatura do seu irmão para uma vaga na Alepe. O que corre nos bastidores políticos é que ele já contabiliza o apoio do próprio Chaparral, prefeito de Orobó, e do prefeito Feira Nova, Danilson Gonzaga, ambos do PSD. Com muitas promessas de construção de casas, quadras poliesportivas, escolas e outros, a oposição em Pernambuco corre o sério risco de perder uma grande oportunidade de emplacar uma nova agenda para todas as regiões do Estado, apontado saídas e dizendo como deve ser feito. Com a nacionalização do discurso, com temas, como Privatização, Reforma Previdenciária e combate à corrupção, ficará complicado saber quem perderá ou ganhará neste embate político, considerando o contexto político conturbado que nosso país vivencia. O discurso deve refletir o sentimento da sociedade, que clama por mudanças e exige novas práticas políticas. Deve representar posturas que coadunam com práticas mais republicanas e zelo pela coisa pública. Em 2014 o senador Armando Monteiro classificou a Frente Popular de Pernambuco como "A arca de Noé", em referência a um grupo que tinha de tudo na aliança. Porém participa de uma coalizão que é composta por algumas das figuras que ajudaram eleger o governador Paulo câmara naquele período. Como Armando classificaria esta frente hoje? Usar a máquina pública em benefício próprio, condicionando a liberação de verbas em troca de apoios, não parece nada ético e vai de encontro a tudo que está sendo repudiado hoje pela sociedade. Os candidatos as eleições para o pleito do próximo ano, devem estar atentos a tudo que está acontecendo hoje no país e se colocar a frente de seus desafios.  Por Drailton Costa - Articulador político e colunista semanal do Blog Ponto de Vista

O modelo de atuação política adotada pela oposição em Pernambuco tem revelado algumas práticas próprias da “velha política.”

O chamado G 4, grupo liderado pela senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB) tem atuado numa agenda Política/ administrativa no Estado prometendo a liberação de recursos através de emendas, projetos e programas  do Governo Federal em troca de apoios.

Com uma linha de ação muito pragmática, estilo “Coelhos” de fazer política, os líderes da oposição ao governo Paulo Câmara têm realizado uma espécie de governo paralelo.

Dos quatros nomes que integram o G 4, só o senador Armando Monteiro (PTB) e  o próprio FBC  não exercem cargo no Governo Temer, porém detêm forte influência. FBC, por exemplo, tem um filho Ministro que por sua vez vem adotando uma agenda conservadora à frente do Ministério de Minas e Energia propondo a privatização do setor elétrico do país, sendo por esta razão alvo de protestos por onde passa. Por sua vez, o senador Armando Monteiro transita bem no Governo Temer devido o seu posicionamento favorável  a algumas matérias do interesse do governo, a exemplo da Reforma Trabalhista.

Vale destacar que mesmo o governo Temer esteja sendo rejeitado por mais de 95% da população, segundo pesquisa Ibope divulgada essa semana, seus aliados em Pernambuco, leia-se o G 4, não têm tido o menor receio em  associar sua imagem ao pior presidente da história do país.

Com a montagem deste “Poder paralelo”, que incluem dois ministérios com os maiores orçamentos da União, que são o das Cidades, comandado por Bruno Araújo (PSDB) e Educação, comandado por Mendonça (DEM) os oposicionistas estão conseguindo avançar entre prefeitos de partidos da Frente Popular, pois ante a situação caótica enfrentada pelos municípios diante das grandes quedas de arrecadação e repasses do FPM alguns prefeitos têm caído no canto da sereia e sinalizando apoio ao projeto de oposição.

Na região da Mata Norte, uma região que historicamente o PSB sempre teve uma presença muito forte por conta do governo Arraes, através da defesa dos trabalhadores da zona canavieira e dos movimentos sindicais, e posteriormente no por conta de Eduardo Campos, esta cooptação não têm sido diferente e vem acontecendo de maneira abrupta auxiliada por duas lideranças que embora filiadas a partidos da Frente Popular andam fazendo movimentos em direção ao fortalecimento da candidatura de FBC ao Governo do Estado. Um é o deputado federal Marinaldo Rosendo (PSB), que não consegue mais disfarçar seu descontentamento e afastamento do Governo Câmara e seu alinhamento com o FBC, onde tem levado prefeitos da região para conversar com o senador.

O outro é o prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia (PSD), que também preside o Consórcio dos Municípios da Mata Norte e Agreste Setentrional (Comanas), o que lhe deu uma projeção e o possibilitou a abrir portas.

Marcelo tem usado muito bem o Comanas politicamente. Muito habilidoso, se aproximou de alguns prefeitos da região e tem tratado com aqueles que vão marchar com o candidato da oposição suas demandas. Esta semana Marcelo teve reunião com FBC e levou consigo o prefeito de Orobó, Cléber Chaparral (PSD), para ter uma conversa de pé de ouvido com o senador. Embora tenha evitado sair na foto, o prefeito de Paudalho foi revelado pela grande mídia do Estado como participante do encontro.

Vale destacar que todo este movimento de Marcelo através do Comanas tem por objetivo de impulsionar a candidatura do seu irmão para uma vaga na Alepe. O que corre nos bastidores políticos é que ele já contabiliza o apoio do próprio Chaparral, prefeito de Orobó, e do prefeito Feira Nova, Danilson Gonzaga, ambos do PSD.

Com muitas promessas de construção de casas, quadras poliesportivas, escolas e outros, a oposição em Pernambuco corre o sério risco de perder uma grande oportunidade de emplacar uma nova agenda para todas as regiões do Estado, apontado saídas e dizendo como deve ser feito. Com a nacionalização do discurso, com temas, como Privatização, Reforma Previdenciária e combate à corrupção, ficará complicado saber quem perderá ou ganhará neste embate político, considerando o contexto político conturbado que nosso país vivencia.

O discurso deve refletir o sentimento da sociedade, que clama por mudanças e exige novas práticas políticas. Deve representar posturas que coadunam com práticas mais republicanas e zelo pela coisa pública.

Em 2014 o senador Armando Monteiro classificou a Frente Popular de Pernambuco como “A arca de Noé”, em referência a um grupo que tinha de tudo na aliança. Porém participa de uma coalizão que é composta por algumas das figuras que ajudaram eleger o governador Paulo câmara naquele período. Como Armando classificaria esta frente hoje?

Usar a máquina pública em benefício próprio, condicionando a liberação de verbas em troca de apoios, não parece nada ético e vai de encontro a tudo que está sendo repudiado hoje pela sociedade.

Os candidatos as eleições para o pleito do próximo ano, devem estar atentos a tudo que está acontecendo hoje no país e se colocar a frente de seus desafios.

 Por Drailton Costa – Articulador político e colunista semanal do Blog Ponto de Vista

COMENTÁRIOS