A Comissão de Esporte da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) anunciou que irá estudar maneiras de incentivar a implementação de tecnologias de reconhecimento facial nos estádios do estado.
A decisão foi tomada durante uma discussão com representantes da Justiça, Ministério Público e Polícia Civil sobre a Política de Paz no Futebol de Pernambuco, realizada nesta quarta-feira (22). Durante a discussão, também foram destacados desafios como a falta de contingente para o policiamento ostensivo em dias de jogos e a necessidade de fortalecer as medidas de inteligência no âmbito da segurança pública.
O juiz Flávio Fontes, titular do Juizado Especial do Torcedor da Capital, trouxe à discussão o tema do reconhecimento facial. “Essa discussão tem que ser levada a sério. Não existe nenhum sistema perfeito, mas a gente tem que ver o custo-benefício. É uma tecnologia que está cada vez mais barata, e que ajuda muito”, sustentou. “Como a gente não tem nem cadastro nem reconhecimento, qualquer torcedor, mesmo o que está proibido, entra no estádio e faz o que quiser lá dentro”, prosseguiu.
Flávio Fontes destacou que a Câmara Municipal do Recife aprovou a Lei de Reconhecimento Facial nas Praças Esportivas. Em sua análise, essa medida pode ser uma alternativa diante da recusa das torcidas organizadas em fornecerem os dados de seus cadastros de associados e membros, conforme exigido pela Lei Geral do Esporte. O juiz também salientou que recursos de inteligência policial, como o monitoramento das ações das torcidas organizadas nas redes sociais, podem, em parte, compensar a falta de efetivo para garantir a segurança dos torcedores.