A declaração da vereadora de Arcoverde, no Sertão do Moxotó, associando o autismo a um “castigo divino”, foi alvo de repúdio pelas comissões de Educação e Cidadania nessa quarta-feira, 1º de novembro. Zirleide Monteiro (PTB) afirmou que uma pessoa com quem ela teve um desentendimento “teve um filho com deficiência porque tinha alguma pendência a resolver com a divindade lá de cima.”
As palavras foram proferidas durante uma reunião da Câmara de Vereadores da cidade na última segunda-feira, 30 de outubro.
Waldemar Borges (PSB), que lidera o colegiado de Educação, e Dani Portela (PSOL), responsável pela Comissão de Cidadania, manifestaram a intenção de apresentar uma representação conjunta contra a vereadora. O ato será encaminhado ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e à Comissão de Ética da Câmara Municipal de Arcoverde
“Faço essa proposta em razão da gravidade e do mau exemplo que essa declaração significa. A população tem que entender que uma casa legislativa não é um espaço que se preste a esse tipo de postura preconceituosa e capacitista, e onde se destile tanto ódio e insensatez”, declarou Waldemar. Para ele, as comissões têm dever e responsabilidade pedagógica de mostrar “que não é assim que a democracia funciona”.
Pai de um filho com autismo, e irmão de uma pessoa com deficiência, o deputado Luciano Duque (Solidariedade) defendeu que o papel de um legislador deve ser o de fazer a defesa desses cidadãos. “A gente sente na pele o preconceito da sociedade, mas nunca espera de um representante público uma fala tão desagradável e desrespeitosa”, disse.