O WhatsApp como ferramenta de aproximação entre o político e seu eleitorado

O WhatsApp como ferramenta de aproximação entre o político e seu eleitorado

Levantamento do Instituto Reuters deste ano traduziu em números uma realidade que acompanhamos todos os dias: o WhatsApp é o aplicativo de mensagens mais utilizado no Brasil. Para se ter uma ideia de sua força, segundo a pesquisa, dos cerca de 200 milhões de brasileiros, 120 milhões utilizam o WhatsApp para se comunicar, trabalhar; como forma de divertimento e de acesso à informação. Quando o corte é feito para os que utilizam o WhatsApp apenas como fonte de notícia, esse dado se consolida em 48% dos 120 milhões. Ou seja, quase 60 milhões de brasileiros têm no WhatsApp o seu principal canal de notícias. Trata-se de um território amplo e fértil para a comunicação política. E os políticos têm atentado cada vez mais para essa importantíssima ferramenta de comunicação direta com o eleitorado, seja no período eleitoral ou mesmo no exercício do mandato. Mas, muitos não utilizam o WhatsApp de forma profissional, organizada e com planejamento, o que acaba fazendo com que o tiro saia pela culatra. O que serviria como um importante canal com seu público, grátis, acaba como mais uma fonte de propaganda chata, cheia de correntes e descompromissada. Aqui vão algumas dicas para ajudar você, amigo político, se comunicar melhor com seu eleitor via WhatsApp. Primeiro, é preciso se preocupar com o que está sendo dito. Não compartilhe em listas ou grupos qualquer coisa. Fale de temas referentes ao seu mandato. Assuntos que remetam os receptores da mensagem ao trabalho que você realiza em prol do povo. Aí valem notícias sobre as realizações do seu governo, se você for do Executivo (governador ou prefeito). Matérias da imprensa, cards, vídeos produzidos pela sua equipe de comunicação e depoimentos dos beneficiários daquela determinada obra ou ação, por exemplo. O mesmo vale para os legisladores (senadores, deputados e vereadores). Neste caso, o compartilhamento deve ser de pautas relacionadas ao seu mandato. Leis que foram aprovadas, novos projetos de Lei, prestações de conta da atuação parlamentar, solicitações da população e cobranças, no caso de ser de oposição, ao gestor de plantão. Segundo: evite inundar seus contatos com informações suas. Ninguém gosta de toda hora receber coisas; fica parecendo telemarketing. O ideal é envio de um conteúdo por dia, no máximo dois. No período de campanha é natural que esse volume aumente um pouco. Mas não exagere! Lembre-se que você perder ao invés de ganhar apoios. A terceira dica é criar listas de transmissão. Funciona como uma corrente inteligente. O político cria uma lista de “pessoas-chaves”. Gente ligada ao mandato ou ao Executivo. Esses “soldados”, em seguida, criam a sua própria lista, ficando responsáveis por supervisionar esses novos contatos, que, por sua vez, também farão o mesmo procedimento. Está criada a sua corrente inteligente. Contudo, é importante que se evitem as mesmas pessoas nessas listas. Mesmo sendo difícil de controlar, o ideal é que o “replicador” esteja sempre revisando a sua própria lista. O mesmo serve para os grupos. Um cuidado fundamental é que o conteúdo da mensagem seja o mesmo, e saia sempre do político ou de sua assessoria de comunicação, para que ruídos sejam evitados. O político ainda pode disponibilizar um número de “zap” para que sua assessoria receba contribuições para o mandato. Desde críticas à sugestões de obras, políticas públicas ou projetos lei. Isso servirá como termômetro do mandato e é uma boa fonte de pesquisa também para que se avaliem caminhos e sejam refeitas estratégias que não estão funcionando. Sempre que possível, o próprio mandatário deve responder as mensagens. Por mais que a assessoria seja competente e rápida, nada como falar com o próprio político. O WhatsApp é grande ferramenta de comunicação e de aproximação com seu eleitorado. Mas, como toda grande ferramenta de comunicação, precisa ser utiliza com bom senso e método.

Arthur Cunha – Jornalista, assessor de Comunicação e consultor de Comunicação para Políticos

Levantamento do Instituto Reuters deste ano traduziu em números uma realidade que acompanhamos todos os dias: o WhatsApp é o aplicativo de mensagens mais utilizado no Brasil. Para se ter uma ideia de sua força, segundo a pesquisa, dos cerca de 200 milhões de brasileiros, 120 milhões utilizam o WhatsApp para se comunicar, trabalhar; como forma de divertimento e de acesso à informação. Quando o corte é feito para os que utilizam o WhatsApp apenas como fonte de notícia, esse dado se consolida em 48% dos 120 milhões. Ou seja, quase 60 milhões de brasileiros têm no WhatsApp o seu principal canal de notícias.

Trata-se de um território amplo e fértil para a comunicação política. E os políticos têm atentado cada vez mais para essa importantíssima ferramenta de comunicação direta com o eleitorado, seja no período eleitoral ou mesmo no exercício do mandato. Mas, muitos não utilizam o WhatsApp de forma profissional, organizada e com planejamento, o que acaba fazendo com que o tiro saia pela culatra. O que serviria como um importante canal com seu público, grátis, acaba como mais uma fonte de propaganda chata, cheia de correntes e descompromissada.

Aqui vão algumas dicas para ajudar você, amigo político, se comunicar melhor com seu eleitor via WhatsApp. Primeiro, é preciso se preocupar com o que está sendo dito. Não compartilhe em listas ou grupos qualquer coisa. Fale de temas referentes ao seu mandato. Assuntos que remetam os receptores da mensagem ao trabalho que você realiza em prol do povo. Aí valem notícias sobre as realizações do seu governo, se você for do Executivo (governador ou prefeito). Matérias da imprensa, cards, vídeos produzidos pela sua equipe de comunicação e depoimentos dos beneficiários daquela determinada obra ou ação, por exemplo.

O mesmo vale para os legisladores (senadores, deputados e vereadores). Neste caso, o compartilhamento deve ser de pautas relacionadas ao seu mandato. Leis que foram aprovadas, novos projetos de Lei, prestações de conta da atuação parlamentar, solicitações da população e cobranças, no caso de ser de oposição, ao gestor de plantão.

Segundo: evite inundar seus contatos com informações suas. Ninguém gosta de toda hora receber coisas; fica parecendo telemarketing. O ideal é envio de um conteúdo por dia, no máximo dois. No período de campanha é natural que esse volume aumente um pouco. Mas não exagere! Lembre-se que você perder ao invés de ganhar apoios.

A terceira dica é criar listas de transmissão. Funciona como uma corrente inteligente. O político cria uma lista de “pessoas-chaves”. Gente ligada ao mandato ou ao Executivo. Esses “soldados”, em seguida, criam a sua própria lista, ficando responsáveis por supervisionar esses novos contatos, que, por sua vez, também farão o mesmo procedimento. Está criada a sua corrente inteligente. Contudo, é importante que se evitem as mesmas pessoas nessas listas. Mesmo sendo difícil de controlar, o ideal é que o “replicador” esteja sempre revisando a sua própria lista. O mesmo serve para os grupos. Um cuidado fundamental é que o conteúdo da mensagem seja o mesmo, e saia sempre do político ou de sua assessoria de comunicação, para que ruídos sejam evitados.

O político ainda pode disponibilizar um número de “zap” para que sua assessoria receba contribuições para o mandato. Desde críticas à sugestões de obras, políticas públicas ou projetos lei. Isso servirá como termômetro do mandato e é uma boa fonte de pesquisa também para que se avaliem caminhos e sejam refeitas estratégias que não estão funcionando. Sempre que possível, o próprio mandatário deve responder as mensagens. Por mais que a assessoria seja competente e rápida, nada como falar com o próprio político. O WhatsApp é grande ferramenta de comunicação e de aproximação com seu eleitorado. Mas, como toda grande ferramenta de comunicação, precisa ser utiliza com bom senso e método.

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