Política em Dia (22/06) – Multiplicidade de candidatos evangélicos aponta divisão no segmento

Política em Dia (22/06) – Multiplicidade de candidatos evangélicos aponta divisão no segmento

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Constituindo grande parcela do eleitorado, os evangélicos costumam ser um segmento muito cobiçado por diversas figuras políticas de alto grau. De acordo com dados do IBGE, Pernambuco conta com mais de 1 milhão de pessoas declarando-se em alguma denominação protestante. Ao longo de algumas eleições, os evangélicos vinham sendo representados por alguns candidatos que demonstravam muita densidade eleitoral com votações sempre expressivas e crescentes. Para ilustrar este cenário basta rememorar o deputado estadual Pastor Cleiton Collins (PP), que conquistou seu primeiro mandato com 41.442 votos e chegou a impressionantes 216.874 votos em 2014.

A tendência que iniciou-se no Legislativo, também alcançou o Poder Executivo de forma vistosa com as prefeituras de Jaboatão dos Guararapes e Olinda, cujos gestores são oriundos desse segmento. A base eleitoral mais representativa, proporcionalmente, é Jaboatão, segundo maior município de Pernambuco. O IBGE aponta 202 mil cidadãos evangélicos diante de 695 mil moradores. No Recife, são 384 mil evangélicos para uma população de 1,6 milhão. Em 2014, tanto para deputado federal quanto para estadual, candidatos evangélicos foram os mais votados do pleito. Entretanto, com a formação de mais chapinhas pequenas no ano passado e os rompimentos internos entre membros da cúpula de muitas denominações, um número recorde de pastores e outros líderes religiosos esteve na eleição e isto contribuiu para a fragmentação da densidade eleitoral apresentada tradicionalmente.

O deputado Cleiton Collins, supracitado, caiu em mais de 100 mil votos em 2018. O deputado Manoel Ferreira (PSC), pai do atual prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira (PL), obteve apenas 51.885 votos, ficando em segundo lugar na chapa em que era tido como puxador. Outro que caiu vertiginosamente em densidade foi o deputado federal Pastor Eurico (PATRI). Em 2014, ele teve 233.762, figurando como segundo colocado geral dentre os eleitos, mas em 2018 foram 125.025 votos, perfazendo outra queda de mais de cem mil eleitores. Uma surpresa neste processo foi a eleição da deputada Clarissa Tércio (PSC), representante da Assembleia de Deus, Ministério Novas de Paz. Clarissa é filha do Pastor Francisco Tércio e alçou mais de 50 mil votos mesmo sendo uma neófita em eleições. A ida do Bispo Ossesio Silva (PRB) para a disputa de deputado federal também tem sido apontada por muitos como uma das causas par ao recrudescimento da densidade de figuras evangélica carimbadas, bem como as estrondosas votações de Gleide Ângelo (PSB) e João Campos (PSB), que tiraram votos de outros candidatos, inclusive do meio evangélico. Dentro do próprio ninho socialista, o deputado Presbítero Adalto Santos também caiu mais de 90 mil votos de 2014 para 2018. Outro fator apontado como razão do fenômeno é o alinhamento do eleitorado mais conservador em torno de candidatos abertamente ligados ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) durante a corrida eleitoral, como Luciano Bivar (PSL) e Albérisson (UDN), esvaziando a influência dos líderes evangélicos que também atuam neste setor.

Equipe – A lista dos novos secretários de Camaragibe ainda não foi divulgada, mas a prefeita interina, Dra Nadegi Queiroz (DC), já anunciou a nomeação de Kátia Marsol para a Defesa Civil. O ex-superintendente da Caixa Econômica Federal em Pernambuco, Alex Norat, deve ser o secretário de Administração e Finanças. Todas as nomeações devem ser publicadas no Diário Oficial na próxima segunda-feira, 24.

Referência – O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, e o prefeito Miguel Coelho anunciaram, ontem, a criação de uma superintendência em Petrolina que atenderá a municípios de três estados: Pernambuco, Piauí e Bahia. A unidade será a primeira do tipo em Pernambuco e endossa a atenção com que Petrolina vem sendo tratada pelo governo federal.

Otimismo  Com a rejeição das contas da prefeita de Arcoverde, Madalena Brito (PSB), pelo Tribunal de Contas do estado, o grupo liderado pelo ex-deputado Zeca Cavalcanti (PTB) viu suas chances se multiplicarem. Zeca deve ser novamente candidato a prefeito da cidade em 2020 e a decisão do tribunal pode minar a influência positiva da gestora para seu candidato no ano que vem.

Caixa zerado – Muitos municípios pernambucanos se encontram com uma situaão financeira preocupante. O prefeito de Belo Jardim, Hélio dos Terrenos (PTB), já não conta mais com repasses do FPM e vê a arrecadação deficitária. Para honrar os compromissos da prefeitura, ele precisará se virar nos 30.

De volta ao radar – A possibilidade da deputada Marília Arraes (PT) disputar a prefeitura de Recife em 2020 voltou a ser ventilada em blogs de política nacional. Estrategistas teriam começado a avaliar a possibilidade do PT compor com nomes majoritários de outros partidos em cidades-chave, desde que também estes compusessem com os petistas em municípios de interesse. A engenharia passaria por apoiar Márcio França (PSB) em São Paulo e Marcelo Freixo (PSOL) no Rio de Janeiro, iniciando os trilhos da tão sonhada Frente de Esquerda. Entretanto, um dos entraves para este namoro é a própria prefeitura do Recife, da qual muitos socialistas afirmam não abrir mão. Caso Marília consiga mesmo disputar, enfrentaria seu primo, João Campos (PSB), que deve ser o nome do Palácio.

Forró itinerante – O deputado estadual Guilherme Uchoa Júnior (PSC) já entrou no ritmo das festas juninas. Acompanhado da esposa, Janaína, e do chefe de gabinete, Bruno, o parlamentar vai visitar vários arraiais espalhados por municípios do Grande Recife, Zona da Mata e Agreste.

Escrito por Marcelo Velez

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