ESCRITO POR WELLINGTON RIBEIRO
Nesta segunda (18/11) mais de 29 mil advogados e advogadas da OAB-PE, que estão aptos a votar, têm nas mãos a responsabilidade de decidir os rumos da entidade para o triênio 2025/2027. Para quem acompanha de perto os desdobramentos desta eleição tem sido fácil identificar uma atmosfera que aponta para a mudança, ventos que já vinham dando sinais desde a eleição de 2021 e que agora sopram com mais força. A fadiga de material de um grupo que está a quase duas décadas no comando e que levou a OAB-PE a perda de protagonismo e a um processo de inanição só impulsiona o movimento de mudança que tem sido capitalizado pela chapa Almir Reis/Fernanda Resende. A dupla, que por muito pouco não venceu a eleição 2021, agora desponta com grande favoritismo para vencer.
Com um discurso voltado ao fortalecimento da jovem advocacia; que se propõe a enfrentar a morosidade do judiciário; defende o apoio à advocacia interiorana e está determinada em levar a OAB-PE ao protagonismo de outrora, Almir e Fernanda estão conquistando a preferência dos pares com uma campanha propositiva que tem resistido aos mais baixos e desprezíveis ataques daqueles que não implementaram as mudanças necessárias na entidade e que preferiram se ajoelhar diante do judiciário e abandonar a advocacia militante.
TERMÔMETRO – Observadores atentos da eleição da OAB-PE identificaram que a atitude adotada por um ex-presidente da entidade nas redes sociais evidencia bem o desespero que envolve o grupo que ele apoia. O ex, que pensa que assumiu o papel de leão de chácara, é o mesmo que apoia um grupo que ruge contra a advocacia militante e mia diante do judiciário.
PREJUÍZO– Derrotada na Região Metropolitana em 2021, a atual gestão conseguiu escapar graças a pouca diferença conquistada no interior, o que garantiu a vitória naquela época por pouco mais de 200 votos. Agora, o grupo não conta mais com o apoio do advogado Fernando Júnior, atual comandante da OAB-Caruaru e candidato à presidência estadual. Aliado a isto, o avanço de Almir Reis na RMR e interior cria para Ingrid um ambiente mais que desafiador.
EQUAÇÃO 1 – A governadora Raquel Lyra (PSDB) tem pela frente neste ano a escolha de dois nomes para o Tribunal de Justiça de Pernambuco. O primeiro sairá da lista tríplice do MPPE que o TJPE apresentará. Nesta lista haverá impreterivelmente uma mulher, já que o Conselho Superior do MPPE colocou 4 mulheres na lista sêxtupla. A expectativa é que, se o atual procurador-geral de Justiça Marcos Carvalho figurar entre os três, a governadora deve alçá-lo a condição de desembargador.
EQUAÇÃO 2 – Caso a governadora escolha Marcos Carvalho na vaga do MPPE dificilmente ela deixará de contemplar uma mulher na vaga do Quinto da OAB. O único impeditivo seria o caso de uma mulher não integrar a lista tríplice da OAB no TJPE. Vale lembrar que a advocacia irá escolher a lista sêxtupla nesta segunda (18/11), mesma data que irão as urnas para escolher a presidência estadual e das 29 seccionais em Pernambuco
EQUAÇÃO 3 – Assim como o TJPE pode escolher não colocar uma mulher na lista tríplice da OAB, também pode deixar de fora Marcos Carvalho da lista tríplice do MPPE. Caso isto ocorra, o jogo ganha outros contornos.
ALGUÉM RESPONDE? – Quais nomes irão figurar na lista sêxtupla do Quinto Constitucional da OAB-PE?