Radar Político (28/01) – Eleição na ALEPE – Ninguém quer o apoio expresso do Palácio

Radar Político (28/01) – Eleição na ALEPE – Ninguém quer o apoio expresso do Palácio

Blog Ponto de Vista - Por Wellington Ribeiro

Há cinco dias da eleição da Mesa Diretora da ALEPE, a movimentações percebidas nos candidatos que irão para o bate-chapa estão voltadas no aumento das articulações não apenas para angariar novos apoios, mas também de conservar os já conquistados. Em comum entre eles, está o movimento de tentar desvincular o apoio do Palácio às suas candidaturas. 

Esta atitude se dar porque os candidatos que concorrem a 1ª Vice-presidência e 1ª Secretaria, todos do PSB, sabem que o clima na Casa não favorece aos “queridinhos do Campo das Princesas”.  Nem mesmo Isaltino Nascimento, atual líder do Governo e candidato a 1ª Secretaria, está vinculando a sua candidatura ao Palácio.

O que se fala na ALEPE é que na história política recente nenhum governador causou tamanha insatisfação na base como Paulo Câmara. Tudo por conta do critério utilizado por ele no início do ano na distribuição de cargos e espaços no Governo. Por esta razão, a menos que se queira perder votos, a regra é não falar que tem o apoio dele para a disputa.

Por sua vez, quem conhece os meandros das articulações para a disputa de cargos na Mesa Diretora da ALEPE sabe que o apoio do Governo não é de todo desprezível, no entanto hoje está no nível do tipo: Em quem o Palácio colocar o dedo, ajuda, mas se colocar a mão, atrapalha.

Caladinha – Candidata à 1ª Vice-presidência, Simone Santana (PSB) segue firme na disputa. Passam de dez o número de bancadas que já declararam apoio à sua eleição. Além disso, ela é a candidata preferencial da Bancada feminina, grupo que ver nela a chance de uma mulher ocupar o espaço pela primeira vez na história.

Concorrente – Por sua vez, Aglailson Victor (PSB), também candidato a ocupar a 1ª Vice-presidência, garante que não irá recuar da disputa. A frente de sua campanha está o ex-deputado Aglailson Júnior, seu pai.

Acordo – Para solucionar o impasse sobre a disputa pela liderança da Oposição na ALEPE entre Priscila Krause (DEM) e Marco Aurélio (PRTB) os membros da bancada encontraram como solução uma espécie de rodízio entre os dois. Marco Aurélio ficará à frente do grupo em 2019, já Priscila no ano de 2020.

De olho no Recife – O interesse de ambos pela liderança da Oposição tem a ver com as eleições de 2020. Conhecido por possibilitar visibilidade àquele que o ocupa, o posto de líder da Oposição é visto por Priscila e Marco Aurélio como estratégico. Todos os dois estão de olho na disputa pela Prefeitura da capital.

Não se bicam – Dos muitos municípios onde possuem aliados que se enfrentarão na eleição municipal do próximo ano, os deputados federais Danilo Cabral e Ricardo Teobaldo travarão um forte embate em Surubim, no agreste Setentrional. Por lá a prefeita Ana Célia, aliada de Danilo, deverá ter como adversário o ex-prefeito Túlio Vieira, da base de Teobaldo. Foi por conta de um episódio ocorrido em novembro de 2017, em Surubim, onde Ricardo proferiu duras críticas a Danilo, que os dois quase se pegam na Câmara Federal e até hoje mal se cumprimentam.

DNA – Para quem teve a oportunidade de conversar com deputado estadual eleito Antônio Coelho (DEM), a impressão que fica é a de que ele levará para a ALEPE o estilo combativo e preparado dos Coelhos. 

A favorita – Surfando em uma aprovação superior a 80%, o prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), tem grandes chances de emplacar o sucessor. Entre os nomes que podem ser escolhidos pelo gestor, o de Márcia Conrado desponta como o mais competitivo. Isso se deve ao excelente trabalho que ela tem realizado a frente da Secretaria Municipal de Saúde.

Jataúba 1 – O empresário conhecido por “Boy” reuniu seu grupo recentemente em praça pública para comemorar com uma grande festa o bom desempenho dos seus deputados Alessandra Vieira (estadual) e Sílvio Costa Filho (federal) nas urnas de Jataúba. Decidido a disputar a prefeitura em 2020, Boy tentará quebrar a hegemonia do atual prefeito Antônio de Roque (MDB).

Jataúba 2 – Reeleito em 2016, Antônio de Roque não poderá se candidatar nas eleições do próximo ano. A expectativa é de que ele indique Buraco, seu vice, para disputar a sucessão. De 1992 até a presente data, Antônio já se elegeu cinco vezes prefeito e ainda emplacou um aliado no comando da prefeitura.

Jataúba 3 – Candidato a prefeito derrotado nas últimas quatro eleições municipais, Fabio Mamão perdeu o posto de líder da oposição para Boy depois que os seus deputados ficaram na terceira colocação no município. O que comenta na cidade é que o episódio inviabilizou todas as chances de Mamão ganhar a eleição encabeçando uma chapa. A única alternativa que lhe resta é escolher se aliar ao prefeito ou a Boy.

Jataúba 4 – Com a não reeleição de José Humberto (PTB), a quem Antônio de Roque garantiu mais de 3 mil votos na última eleição, o deputado estadual Lucas Ramos (PSB) será o mais novo representante do município no Legislativo Estadual. A aliança entre ele o prefeito foi fechada recentemente. 

Na ativa – De saída da Câmara, o deputado Sílvio Costa (Avante) da sinais de que não se manterá longe das grandes discussões do país. Em artigo enviado à imprensa, Silvão opina sobre a necessidade da Reforma da Previdência e faz um chamamento à oposição para discuti-la sem paixões ou politicagem. “Considero que, neste momento, a melhor forma da oposição brasileira se reencontrar com o País é declararando apoio à reforma da Previdência”, expressou.

Em risco 1 – Com capacidade para armazenar 327 milhões de metros cúbicos de água, a barragem de Jucazinho, localizada no município de Surubim, é apontada  pela Agência Nacional de Águas (ANA) como uma das 45 barragens do país com risco de rompimento.

Em risco  2 – Com fissuras nos vertedouros laterais e nas ombreiras, e a bacia de dissipação incapaz de sustentar a vazão do rio, a barragem de Jucazinho é um risco iminente às cidades que ficam abaixo, a exemplo de Salgadinho e Limoeiro, municípios por onde o Rio Capibaribe corta a área urbana e situados a poucos quilômetros do reservatório. 

Em risco 3 – Um desastre com Jucazinho na sua capacidade máxima de acumulação tem potencial destrutivo que pode se estender até os municípios de Paudalho, Camaragibe e Recife. 

Em risco 4 – Os problemas são conhecidos pelo Dnocs, órgão federal, e pela Agência Pernambucana de Águas e Climas (APAC) desde 2004. Até o presente momento as obras de reparação do reservatório, de responsabilidade do Dnocs, estão a passos de tartaruga com apenas 8% concluídas. A recuperação de Jucazinho prevê investimentos na ordem de R$ 28 milhões.

Escrito por Wellington Ribeiro – E-mail: [email protected]

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