A insatisfação dos militares estaduais com o formato da proposta enviada pelo Governo à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) para eliminar as faixas salariais foi tema central dos discursos proferidos nesta terça-feira (26) no Plenário da Casa. O Coronel Alberto Feitosa (PL) declarou que os profissionais da segurança pública estariam realizando uma greve branca, ou seja, uma manifestação silenciosa com “braços cruzados”. Ele lamentou: “Pior do que uma greve deflagrada é a greve branca que estamos vivenciando, causada pela intolerância e pela forma como os policiais militares, civis, professores e professoras estão sendo tratados pelo atual governo de Pernambuco.”
O deputado ainda apoiou o protesto realizado nesta terça, no Recife, pelos motoristas de aplicativos. Segundo Feitosa, a regulamentação proposta pelo Governo Federal, que prevê a remuneração por horas trabalhadas, vai resultar na queda da renda desses trabalhadores.
A Delegada Gleide Ângelo (PSB) também analisou a discussão na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) sobre o projeto que elimina as faixas salariais dos militares. Segundo a deputada, a proposta do Governo está “em desacordo com a democracia” e com as demandas da categoria. Para ela, o projeto, no formato atual, é inconstitucional e não valoriza os policiais e bombeiros. “Espero que até a próxima terça-feira não tenhamos a infeliz surpresa de ver esse projeto completamente inconstitucional ser colocado aqui novamente, goela abaixo”, criticou.
Por sua vez, João Paulo (PT) destacou o clima tenso durante a votação da proposta na Comissão de Justiça da Alepe na manhã desta terça-feira. O deputado observou que a superlotação do auditório, com muitos policiais armados presentes, comprometeu a segurança da Casa, dos parlamentares e a democracia interna.
Ele ressaltou que os participantes se revoltaram com a decisão da relatora da matéria, Débora Almeida (PSDB), de retirar o projeto de pauta, desestabilizando a parlamentar. “Se temos um Regimento Interno que permite os trâmites legais de obstrução de pauta, não podemos assistir a um comportamento daquele, nem ter aquele número de pessoas sem um comando”, enfatizou. “É preciso ter um mínimo de segurança para evitar uma tragédia nesta Casa”, completou.