A federação PSOL e Rede Sustentabilidade vive um dilema em quem será o candidato da chapa nas eleições municipais no Recife, onde o primeiro turno acontecer em 6 de outubro.
De um lado, Dani Portela (PSOL), deputada estadual e líder da oposição à governadora Raquel Lyra (PSDB), foi oficializada como pré-candidata, na última sexta-feira (3), pelo diretório unificado.
Do outro, o deputado federal Túlio Gadelha (Rede), cujo partido emitiu nota afirmando desconhecer a decisão de quem vai representar as siglas nas urnas.
Portela x Gadêlha
Há meses os parlamentares se definem como pré-candidatos, cada um por sua sigla, mas é necessário entrar em consenso. Só um deles poderá disputar o cargo à prefeitura da capital pernambucana.
Presidente do Rede, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, esteve no Recife em março para lançar o seu aliado e único representante da sigla no Congresso Nacional. Mas, por ter maior representatividade do PSOL na federação, Dani pode ter mais chances de vencer a disputa interna.
“O prazo para a realização das convenções partidárias ainda não teve início e, até lá, esse debate ainda seguirá nas instâncias competentes de acordo com as normativas internas“, afirma a Rede, após a oficialização de Portela como pré-candidata.
Briga interna
Segundo Gadêlha, o PSB inviabiliza mais uma pré-candidatura sua à capital Pernambucana. Ele afirmou que a sigla entregou a vice-prefeitura ao PDT, cargo ocupado por Isabella de Roldão, onde era filiado à época, para que ele não disputasse as eleições.
“Tentam fazer isso com o PSOL, partido da nossa federação e que historicamente sempre foi oposição ao PSB em Pernambuco“, disse Túlio.
Enquanto ocupava uma cadeira na Câmara Municipal do Recife, Dani travou oposição à Campos e ao PSB. Mas, houve uma aproximação quando os dois partidos se uniram nas eleições presidenciais em 2022, em prol do presidente Lula (PT).
Além disso, os dois têm a governadora Raquel Lyra como adversária em comum.
Em entrevista ao jornal O Globo, Dani afirmou ser vítima de racismo e machismo.
“Eu não cheguei até aqui do nada. A gente precisa entender porque mulheres incomodam o deputado. Eu não vejo melhor exemplo de violência política: ele tenta o tempo inteiro me silenciar, me deslegitimar. Isso é machismo, isso é racismo. Queria saber se ele agiria assim com um candidato homem“, declarou a psolista.
Ainda segundo o jornal, para João Campos, que busca a reeleição, seria melhor enfrentar Portela, porque estaria com menos pontos percentuais em pesquisas internas.