Vereador volta a defender a distribuição de absorventes nas escolas municipais do Recife

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Uma em cada quatro jovens já faltou aula por não poder comprar absorvente. Esse foi o resultado divulgado nesta semana pelo Levantamento Nacional Inédito, coordenado pela antropóloga Mirian Goldemberg. A repercussão do estudo fez com que o vice-presidente da Câmara Municipal do Recife, o vereador Hélio Guabiraba (PSB), voltasse a defender um projeto de lei inédito de sua autoria na Casa de José Mariano: o PLO nº 311/2019.

O Projeto de Lei Ordinária visa a distribuição gratuita de absorventes higiênicos para jovens da rede pública municipal de ensino do Recife. De acordo com o projeto, a repartição será realizada por meio de equipamentos de reposição instalados nos banheiros femininos.

“O Programa de Fornecimento de Absorventes Higiênicos nas escolas públicas da nossa cidade estabelece que o Poder Executivo promova o fornecimento e a distribuição dos absorventes higiênicos em quantidade adequada às necessidades das estudantes”, explicou o parlamentar.

Hélio Guabiraba, morador de uma comunidade da Zona Norte do Recife, destacou que conhece bem a realidade de muitas famílias carentes. Ele ressaltou a importância de debater a pobreza mestrual no Recife. “A verdade pouco discutida é que muitas alunas vivem em situação de vulnerabilidade e não têm condições financeiras para comprar absorvente todos os meses”, alertou.

O parlamentar ressaltou que vai continuar lutando para que o projeto seja aprovado na Câmara do Recife e sancionado. “Não são itens supérfluos e, sim, essenciais. Portanto, deve fazer parte do orçamento escolar, assim como o fornecimento de papéis higiênicos e outros itens necessários à saúde dessas alunas. É preciso combater a falta de acesso ou a falta de recursos para aquisição de produtos de higiene”.

De acordo com a antropóloga Mirian Goldenberg, que também é pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, muitas jovens sentem vergonha e tentam se esconder. “A falta de absorvente provoca uma sensação de insegurança. É algo que elas sofrem sozinhas, como se fosse um fracasso, uma vergonha, isso é o que mais me chocou”, pontuou em reportagem ao Fantástico, no último domingo (2).

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